Software Livre: democratização do acesso à tecnologia e ao conhecimento
Você sabia que software livre não implica necessariamente em gratuidade? E que o software livre constitui um movimento social?
O software livre funciona como uma espécie de serviço que agrega um "pacote" de serviços quanto ao seu uso. Esses serviços podem ser: treinamento para uso do software livre; duplo licenciamento do código; integração com produtos de hardware; certificações; suporte ao software livre, entre outros.
Diferentemente do software proprietário, o software livre tanto libera o seu código fonte para os usuários quanto comercializa a licença de uso do código objeto. Esse código fonte se constitui, na verdade, em um conjunto de palavras ou símbolos escritos de uma forma organizada contendo instruções, que integram a linguagem de programação arranjadas de maneira lógica, transformando-se em código objeto. O software livre não é gratuito! O termo "livre" implica em ter liberdade para usar, copiar e fazer modificações.
Isso permite que os usuários tenham acesso a todas as rotinas de processamento do software livre de forma que podem estudá-lo, modificá-lo, aperfeiçoá-lo e socializá-lo novamente de modo contínuo para qualquer pessoa que tenha interesse no mesmo. Essas possibilidades se dão por conta das licenças de software livre, como por exemplo a GNU General Public Licence, que favorecem aos usuários usufruírem de quatro liberdades, a saber: liberdade para executar o programa, qualquer seja a finalidade; liberdade de estudar como funciona o programa e adaptá-lo conforme as suas necessidades; liberdade de redistribuir, inclusive comercializar cópias, que de certa forma ajuda na divulgação corroborando com a comunidade de desenvolvedores e com a sociedade de um modo geral.
Esse aporte tecnológico não implica no seu uso na dimensão instrumental, mas a partir do conhecimento de seus princípios; propriedades e potencialidades podemos compreendê-lo em suas dimensões política, cultural e filosófica. E o uso desses sistemas e aplicativos nas escolas deve considerar essas dimensões para que de fato facilite o acesso dos educandos ao conhecimento e a socialização do mesmo, promovendo interações. Assim, o software livre também é um movimento social haja vista que favorece as pessoas acessarem o conhecimento implícito nesse programa e no seu processo de desenvolvimento.
Mas a questão crucial é que os professores por terem uma formação deficiente sobre o uso das tecnologias, principalmente o saber lidar com o uso dos softwares livres tem levado a muitos a não utilizar esses recursos tecnológicos ou usá-los de forma apenas instrumental sem perceber a potencialidade desses sistemas e aplicativos no âmbito da educação.
Portanto, se os educadores acessarem os princípios e propriedades dos softwares livres não somente compreenderão as dimensões política e cultural, bem como terão condições de usar e abusar das suas potencialidades no sentido de democratizar o acesso à tecnologia e ao conhecimento para as pessoas, ou seja, para os educandos; fomentando aprendizagens significativas numa perspectiva colaborativa e coletiva.
Saiba mais...
- https://www.moodle.ufba.br/pluginfile.php/374696/mod_book/chapter/11430/software_livre_for_prof_bonilla-3.pdf
- https://www.inf.pucrs.br/~pinho/LaproI/ConceitosBasicos/ConceitosBasicos.htm
- https://conceitos.com/software-proprietario/
Especialmente num país como o Brasil, dependente tecnologicamente das grandes potências mundiais, estabelecer uma política de software livre possibilita que a sociedade possa explorar essas tecnologias de forma aberta, livre e colaborativa, contribuindo para a formação dos sujeitos sociais, para a produção de conhecimento e para o próprio desenvolvimento do país.
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