Dispositivos móveis: autocontrole ou sob o controle?

Você sabia que um simples celular pode levá-lo a exercer função de controle sobre alguém ou ser controlado? 

Para além do acesso à internet, os dispositivos móveis - Smartfones, celulares, ipods, ipads, iphones, entre outros - cumprem outras funções sociais que muitas vezes desconhecemos ou nos passa despercebidas. Esses dispositivos podem favorecer a nossa inserção em diversas mídias sociais, entre elas as redes sociais; favorece a interatividade; visibilidade social; resolvemos muitas questões através deles, seja uma compra, uma venda, pagamento online, virtualizamos e atualizamos informações, comentamos, compartilhamos ideias, imagens, vídeos e etc.


Os dispositivos móveis estão tão bem integrados em nosso dia a dia que não pensamos em ficar um minuto se quer sem eles ou longe deles. Eles são como uma mão, ou um braço, a cabeça ou cérebro ou memória; ou seja, eles têm se constituído em uma parte de nosso ser.


Mas sem que a gente se dê conta, o uso dos dispositivos móveis têm transpassado as relações sociais
de modo que tomamos determinadas atitudes muitas vezes invasivas e até simples ações como demorar de visualizar ou responder mensagens no whatsApp, por exemplo, pode gerar conflitos e se configurar como uma espécie de controle sobre alguém.

O que se pode perceber é que muitas vezes o uso que fazemos desses dispositivos móveis pode descambar em situações de vigilância e controles sobre a vida cotidiana, a saber: se apropriar de informações alheias e desrespeitar os limites de espaço e privacidade de outras pessoas; os pais que geralmente buscam checar o cotidiano dos filhos, principalmente jovens e adolescentes para saber onde andam, o que fazem e com quem estão; usar certos recursos fornecidos pelos aparelhos celulares, por exemplo, para exercer poder sobre algo ou alguém, para monitorar direta ou indiretamente a presença social de outrem por meio de informações fornecidas sobre alguém para outras pessoas ou outros contextos, entre outros. Isso pode ocorrer tanto por parte de um indivíduo para com outro(s) (no âmbito pessoal, familiar, profissional e etc) ou por empresas que buscam investigar as preferências dos usuários de suas páginas (sites) para direcionar suas propagandas sobre certos produtos ou serviços ao seu público alvo.

Enfim, essa percepção dos usos dos dispositivos móveis nos leva a perceber que certas ações podem iniciar no contexto digital para a vida real e vice-versa, tanto nos relacionamentos interpessoais quanto comerciais. Isso nos leva a pensar melhor sobre nossas ações em relação a esses recursos ou plataformas digitais no contexto social e refletir sobre as consequências benéficas ou maléficas que podem ser desencadeadas nas relações humanas.

Saiba mais...
http://gitsufba.net/usos-e-apropriacoes-do-whatsapp-por-jovens/
http://gitsufba.net/notas-sobre-as-conversacoes-em-dispositivos-comunicacionais-moveis/
http://gitsufba.net/estamos-conectados-o-que-muda-em-nossas-interacoes-cotidianas/
http://gitsufba.net/reflexoes-sobre-os-dispositivos-vestiveis-de-auto-monitoramento-e-a-copropriedade-de-dados/
http://gitsufba.net/a-construcao-mediada-da-intimidade/

Comentários

  1. E o mais grave de tudo isso é que a maioria das pessoas sequer tem ideia de que isso está ocorrendo ou de como funcionam esses monitoramentos e controles. Daí a educação, desde a escola básica, precisa incorporar esse tema nas discussões com os jovens e crianças.

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